O escritor e pesquisador de memória literária Jordão Pablo de Pão participa, entre os dias 18 e 20/08, de diversas atividades no 9º Encontro da Literatura, da Música e Outras Artes (LumiAR-TE). Da sessão de autógrafos de livros a oficinas criativas e sobre o mercado editorial, o artista ainda mediará um sarau.
Entre os autografados está “Cáustico”, primeiro livro lançado pela editora ETÉ, que cria um painel contemporâneo da sociedade brasileira, em que múltiplos sujeitos poéticos percebem e sentem as dores das violências em seu existir.
“É, sem dúvida, minha obra mais comprometida com as questões do nosso tempo. Sai de cena o poema de homenagem e entram as lâminas da leitura engajada pós-ditadura”, aponta o escritor. Com 138 páginas de intensidade dramática, os textos consolidam uma espécie de manifesto à liberdade. Saindo do caos aparente à percepção poética de um país que tece a diversidade, o Brasil encontrado é “real, duro”, até “esquálido” em algumas linhas, mas sempre atento às existências possíveis no “incabível da realidade”.
Com um projeto gráfico urbano, que consolida a mensagem veiculada, os textos tratam de uma rotina rica em signos fortes. A música é o principal elemento condutor: da epígrafe de Caetano Veloso aos versos contundentes de Cazuza, a pulsante violação dos direitos básicos e o protesto constituem o Brasil que se vê na obra de Jordão Pablo de Pão. Nos textos introdutórios publicados, estão comentários artísticos de personalidades como as escritoras Beatriz Chacon e Vilma Piedade e a professora Iza Quelhas.
A poesia social será tema da oficina que Jordão oferece gratuitamente no dia 19/08/2023, às 10h, na Casa dos Saberes, em São Pedro da Serra. Logo após, às 11h30, outra oficina ministrada pelo pesquisador falará sobre experiências do mercado editorial, propondo um diálogo entre os participantes. “É importante que o objeto livro não seja tratado como um filho, mas que se entenda sua presença no mercado”, aponta Jordão Pablo de Pão.
Também participará da sessão Autografaçaço, no dia 19/08, à tarde, em Lumiar, o livro “Afinal, para que Academias de Letras?”, que apresenta, em 160 páginas, textos já publicados em periódicos acadêmicos e trabalhos inéditos de Jordão, com um tratamento didático e historicamente simples.
“Não se trata de uma obra definitiva ou de um material aprofundado sobre esta ou aquela Academia. Busco uma visão geral, acessível e democratizadora, para que falemos seriamente sobre questões que apenas as eleições controversas despertam na sociedade”, afirma o pesquisador. No texto da quarta capa, o autor chancela que se trata de um trabalho “sem isenção”.
Estão contempladas na obra as candidaturas de Maurício de Sousa e Conceição Evaristo, da safra mais atual de candidaturas, até particularidades históricas como a escritura do “Poeminha do contra”, de Mario Quintana, e a dificuldade da eleição de mulheres no sodalício.
Conheça a programação completa do evento pelo perfil @lumiar_te no Instagram.